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quarta-feira, 8 de julho de 2009

Infinitamente assim


"Mesmo quando não te vejo, é nisto que penso: és tão bonita.
Queria-to dizer, mas não consigo: há coisas que não sei dizer.
Penso nelas e vejo-as muito claramente, mas não consigo dizê-las.
A beleza tornou-te inaudita.
Sorrio.
Olho para a estrada mas a pensar em ti.
O meu silêncio nomeia devagarinho a tua beleza.
Invoco-te de uma forma delicada. Invoco cada detalhe, cada
pormenor. Mas é da beleza por inteiro que o meu silêncio se ocupa.
Silêncio e beleza e pensamento, ocupam-se por inteiro.
Preenchem-se.
Mesmo calado, penso em ti e consigo ver-te.
Apesar de olhar para a frente, é para dentro que eu vejo.
Poderias ficar infinitamente assim: tu.
Até que um dia o esquecimento seja mais forte, eu vejo-te.
Os olhos, os lábios, a boca, a testa, o nariz, as mãos, o cabelo, o pescoço, a pele.
Tu.
Tu com o teu sorriso.
Até mesmo esse ar sério que fazes quando não olhas para mim.
Tu. Eu. Nós.
O mesmo instante.
A juventude é o chão sob os teus pés. E eu sempre a pensar
até quando não digo nada: és tão bonita.
Mesmo quando não acontece nada.
Até quando já não penso em ti."

Rui Machado, in 'A Ausência Próxima'



4 comentários:

Anônimo disse...

Oi, bom dia! Desculpa, Gabi me deu o recado, mas ontem minha conexão estava ruim... não consegui ficar online. Mas te enviei (agora) um email falando a respeito do que me mandou... viu? Se não, dê uma olhada lá.

Ótimo dia e bom trabalho!!

Nos falamos...

Beijos

Anônimo disse...

Hummm... a propósito, lindo teu post!! rs

Beijuss

Wanderley Elian Lima disse...

Oi Thiago, passei para conhecer o seu blog. Parabéns pelas escolhas.
oltarei mais vezes.
Um abraço

Lídia Borges disse...

Apaixonado e muito sentido.
Quem se expressa assim não pode dizer que não sabe dizer... Porque sabe!

Um beijo